quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


Não enche-Catanto Veloso

"Me larga, não enche
Você não entende nada e eu não vou te fazer entender
Me encara de frente:
É que você nunca quis ver, não vai querer, não quer ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente e nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver, me deixa viver, me deixa viver

Cuidado, ô xente!
Está no meu querer poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão porque não dá, não vai dar
Quadrada, demente
A melodia do meu samba põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar, me deixa cantar, me deixa cantar

Eu vou
Clarificar a minha voz
Gritando: nada mais de nós!
Mando meu bando anunciar:
Vou me livrar de você"

   Sempre desconfiei daqueles bonzinhos além da conta,daquelas carinhas angelicais e vozes doces,dos elogios constantes e até ridículos de tão absurdos.Nunca,nunca gostei de nada "bom demais pra ser verdade".Prefiro aqueles que te machucam com uma verdade difícil de enfrentar,do que aqueles que optam por ver em teu rosto um sorriso estampado mesmo sabendo que há uma mentira por trás dele.Não sei se essa "preferência" é pertinente à todos,mas sei que ultimamente ando com uma vontade enorme de fazer o que o grande Caetano Veloso fez na música a cima "não enche": Dizer tudo que está engasgado com uma classe e uma maestria própria daqueles que sabem dizer o que querem sem demonstrar qualquer sinal de estresse e falta de controle.
  Se conter quando se tem vontade de explodir de raiva,segurar o choro quando se quer cair sobre algum ombro amigo e só levantar quando os olhos tiverem vermelhos de tanto chorar,engolir sapos quando a vontade é abrir o jogo para aquela pessoa que anda te enchendo o saco com alguma coisa...Conter-se,reprimir-se,controlar-se,restringir-se.Essas palavras FAZIAM parte do meu vocabulário,hoje,não mais fazem.
  Sejamos mais expontâneos e mais verdadeiros conosco mesmos,possamos rir quando tivermos vontade e abrir o jogo com algum folgado quando quisermos também.Nem que pra isso tenhamos que nos conter momentaneamente,e dizer o que pensamos com a classe e com a serenidade que o mestre Caetano diz.

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